terça-feira, 18 de março de 2008

Como ressuscitar uma série

Sou uma grande fã de ER, e não poderia escolher outra série para abrir esse blog. Eu sou viciada já há algum tempo, mas essa atual temporada me mostrou que os produtores e roteiristas são realmente bons e tiraram apenas uma temporada de férias. A 13ª, a temporada anterior, foi fraca, chata, insossa. Eu assisti basicamente por fidelidade – se eles iam morrer, eu tinha de ver como e por quê. Mas na 14ª temporada, os roteiristas tiraram seus conhecimentos médicos do bolso e ressuscitaram a série – com o perdão do trocadilho.

Muita gente diz que ER “não é mais a mesma” dos tempos em que era conhecida como Plantão Médico na Rede Globo. Tenho de concordar. Ela tinha sua graça especial no tempo de Carol Hattaway, Doug Ross e o insubstituível Mark Greene. Mas eu ainda vejo muitas qualidades nos atuais personagens, como Frank, o recepcionista impagável, Archie Morris, o médico que quer ser levado a sério, Greg Pratt e especialmente o casal principal, Abby Lockhart e Luka Kovac.

Na temporada passada, ER abusou de situações surreais, começando com a invasão do PS, o parto prematuro da Abby, todo mundo a fim da Neela, etc. Parecia coisa de roteirista inexperiente querendo movimentar a série depois de tantos anos. Isso trouxe o saudosismo à tona. Eram queixas para todo lado, saudades de John Carter, Lizzie Corday e Peter Benton pra dar e vender.

Ao que me parece, agora a série está voltando ao mundo real e se prendendo novamente a problemas que realmente acontecem: o Morris não passa no exame e não tira o título de especialista em Medicina de Emergência, a Abby sente muita solidão com a viagem do Luka para a Croácia e volta a beber loucamente, o departamento fica sem chefe e os médicos disputam a vaga.

A série não é mais a mesma, afinal 14 anos se passaram e é difícil mesmo manter o padrão durante tanto tempo, mas me parece que os roteiristas, produtores e etc estão retomando a fórmula que deu certo: o que dá graça é a rotina, e não acontecimentos mirabolantes que acontecem repetidamente com os azarados funcionários do County General Hospital. Por incrível que pareça, a rotina salvou ER.

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